Alfabetizar todas as crianças brasileiras até os 8 anos de idade ao fim
do 3º ano do Ensino Fundamental. É esta a principal meta do Pacto
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado pelo Ministério da
Educação (MEC) e que pretende envolver o País num
grande esforço educacional para que o objetivo seja cumprido.
Diagnóstico
O Brasil tem hoje 8 milhões de crianças de 6, 7 e 8 anos de idade
matriculadas em 108 mil escolas distribuídas por todo o território.
De acordo com o ministério, os dados do Censo 2010 revelam que a média
nacional de crianças não alfabetizadas aos oito anos no País é de 15,2%.
No entanto, os índices variam muito. Por exemplo, enquanto o Paraná tem
4,9%, Alagoas atinge 35%.
Em 2011, mais dados revelaram a importância de se avaliar o nível de
alfabetização das crianças. A Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final
do Ciclo de Alfabetização), uma parceria do Todos Pela Educação com o
Instituto Paulo Montenegro/Ibope, Fundação Cesgranrio e Inep, mostrou
que apenas metade das crianças que concluíram o 3º ano (2ª série)
aprenderam o que era esperado no período. Em leitura, a porcentagem
exata é de 56,1% e em matemática, de 42,8%. Também houve grande variação
entre as regiões brasileiras e entre as redes particular e pública de
ensino. a avaliação foi aplicada em 6 mil escolas em todas as capitais.
Entenda como funciona o pacto
Quem pode aderir?
Estados e municípios. Todos os estados e os 5.270 municípios já aderiram.
Escolas rurais estão incluídas?
Sim. Todas as escolas de Educação Básica podem participar do pacto.
Quais são os compromissos que os entes federados assumem ao aderir ao pacto?
São, essencialmente, três: alfabetizar todas as crianças em língua
portuguesa e em matemática; realizar avaliações anuais universais,
aplicadas pelo Inep, junto aos concluintes do 3º ano do Ensino
Fundamental e, no caso específico dos estados, apoiar os municípios que
tenham aderido.
Qual o papel de cada ente federado?
A União, representada pelo MEC, deve promover, em parceria com
universidades, os cursos de formação de professores e orientadores de
estudo; conceder bolsas de apoio a eles; oferecer materiais didáticos;
aplicar as avaliações e distribuir a Provinha Brasil para aplicação.
Municípios e Estados têm atribuições parecidas. São elas: gerenciar e
monitorar a implementação das ações; promover a participação das escolas
nas avaliações externas; aplicar a Provinha Brasil; garantir a
participação dos professores alfabetizadores nas atividades de formação;
indicar orientadores de estudo e custear o deslocamento e a sua
hospedagem para os eventos de formação; designar coordenadores para as
ações do programa; disponibilizar assistência técnica às escolas e, por
fim, promover a articulação do pacto com o Mais Educação, programa de
Educação integral do MEC.
Deve-se ressaltar que os Estados devem apoiar os municípios nas ações do pacto.
Quais são as ações estratégicas do pacto?
As ações estão divididas em quatro frentes:
- Formação dos professores alfabetizadores
O curso será presencial, com duração de dois anos – carga horária de
120 horas anuais, de acordo com o Programa Pró-Letramento. Quem
comandará os encontros entre os docentes serão os orientadores de
estudo. Esses orientadores, que são professores das redes de ensino,
terão de fazer um curso específico de 200 horas anuais em universidades
públicas que participam do pacto. O MEC recomenda que eles sejam
escolhidos entre os tutores do Pró-Letramento.
- Fornecimento de materiais didáticos
São livros didáticos, manuais do professor, obras pedagógicas
complementares e acervos de dicionários de língua portuguesa que serão
oferecidos por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). As
obras de referência de literatura e de pesquisa serão entregues pelo
Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)
Também haverá jogos pedagógicos de apoio à alfabetização; obras de
apoio pedagógico aos docentes e tecnologias educacionais de apoio.
O material oferecido será de acordo com a quantidade de turmas de alfabetização na unidade de ensino.
- Avaliação
Serão três medidas nesse âmbito. A avaliação processual, por exemplo,
será discutida nos curso de formação. Ela pode ser realizada pelo
docente em sala de aula, de forma interna.
Também haverá um sistema informatizado para inserir os resultados da
Provinha Brasil de cada criança, o que deve ser feito pelos professores –
antes, os resultados ficavam conhecidos apenas dentro da escola.
Por fim, o Inep vai aplicar em todas as turmas de concluintes do 3º
ano, uma avaliação externa universal. A ideia é medir o nível de
alfabetização ao final do ciclo. A responsabilidade – e, portanto, os
custos – é do MEC. As provas começam no ano que vem e os resultados só
estarão disponíveis a partir de 2014.
- Gestão e mobilização
O pacto pretende formar um arranjo institucional para ser gerido. São
quatro frentes: comitê gestor nacional; coordenação institucional em
cada estado; coordenação estadual e coordenação municipal (as duas
últimas monitoram e acompanham as ações do programa em suas redes).
O MEC pretende premiar as escolas e docentes com os melhores resultados. O edital será publicado no ano que vem.
Como a sociedade pode participar?
Informando-se sobre o andamento do pacto em sua cidade ou Estado,
principalmente. De acordo com o MEC, os municípios e Estados devem
divulgar todos os passos das ações do pacto.
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