quarta-feira, 24 de julho de 2013

COMO ADAPTAR O ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN NA ESCOLA?

O QUE PRETENDO COM ESTE ENCONTRO?
  • I - orientar aos profissionais da educação sobre os recursos existentes para construir o processo de adaptação dos alunos com síndrome de Down na escola;
  • II - informar os pais e/ou responsáveis de alunos sobre os aspectos da adaptação escolar, aos quais seus filhos têm direito.
O que é o currículo?
O currículo é o projeto que determina os objetivos da educação escolar e propõe um plano de ação adequado para a execução dos objetivos. Supõe selecionar, de tudo aquilo que é possível ensinar, o que vai se ensinar no contexto educativo. O currículo especifica o que, como e quando ensinar e o que, como e quando avaliar.
O que seria adaptações curriculares na escola?
  • As adaptações curriculares são estratégias educativas para facilitar o processo de ensino-aprendizagem em alguns alunos com necessidades educativas específicas;
  • trata-se de uma programação que contém objetivos, conteúdos e avaliações diferentes para alguns alunos especificamente;
  • sentido restrito, o conceito de adaptação curricular se refere a aquelas adequações de índole mais específica que se realizam pensando exclusivamente nos alunos com necessidades educativas especiais que não são necessárias para o resto dos alunos.
Perguntas que devem ser levadas em conta na hora de formular estratégias de adaptação...
Pensemos então numa adaptação curricular individual
O objetivo de criar uma adaptação curricular de modo individualizado, pretende otimizar o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno. Não se centra no problema da criança e sim na ajuda que essa necessita para alcançar os objetivos que se propõe. A avaliação é feita para identificar suas necessidades e determinar a ajuda necessária.
Deve levar em conta:
• Uma valorização multidisciplinar do aluno e do contexto.
• Uma proposta curricular baseada nas necessidades detectadas em referência ao currículo ordinário.
• Critérios e procedimentos para tomar decisões sobre a promoção do aluno.
A Adaptação Curricular Individual deve ser feita por um conjunto de profissionais (coord. Pedagógico, psicopedagogo da rede, professor da SRM , professor da sala regular e será posta em um Documento Individual de Adaptação Curricular, que deve constar de:
  • • Dados de identificação do aluno.
  • • Dados de identificação do documento: data de elaboração/duração, pessoas implicadas e função que desempenham,…
  • • Informação sobre a história pessoal e educativa do aluno.
  • • Nível de competência curricular.
  • • Estilo de aprendizagem e motivação para aprender.
  • • Contexto escolar e sócio-familiar.
  • • Proposta curricular adaptada.
  • • Concretização de recursos humanos e materiais.
  • • Acompanhamento e avaliação: Modificações sobre as decisões curriculares, mudanças na modalidade de apoio, colaboração com a família, possíveis decisões sobre sua promoção…
E como seriam os objetivos que contemple um aluno com síndrome de Down?
Os objetivos que nós definimos para uma criança são a base de toda a sua programação, já que deles vão depender os conteúdos e as atividades que vamos realizar.
Em determinadas ocasiões, como dito anteriormente, bastará modificar as atividades ou a avaliação, mas nos casos das adaptações curriculares significativas é preciso modificar ou eliminar determinados objetivos do currículo, ou incluir outros que consideremos necessários.
Se há algo importante nas adaptações curriculares das crianças com síndrome de Down é a necessidade de decompor os objetivos em objetivos parciais.
Os objetivos têm que ser:
Individuais. Nenhuma criança é igual a outra, e uma criança com síndrome de Down tampouco. A programação deve ser dirigida a cada aluno em concreto.
Prioritários. É preciso estabelecer prioridades, porque nem tudo se pode conseguir.
Os objetivos têm que ser:
Funcionais. O que para umas crianças é funcional, nem sempre é para todas. Por exemplo, na hora de fazer a pinça digital, alguns meninos com síndrome de Down mostram mais precisão com os dedos polegares e médios. O professor deve perguntar-se o que é o que se pretende: que a criança seja capaz de agarrar objetos pequenos ou escrever funcionalmente com uma pinça “incorreta”, ou conseguir uma pinça perfeita a custo de que esta seja menos funcional. Ou, por outro lado, o que é mais funcional: que a criança aprenda a comer por si só, que seja mais autônomo e tenha mais habilidades sociais, ou que seja capaz de comunicar-se em inglês.
Os objetivos têm que ser:
Seqüenciais e estruturados. Devemos escolher aqueles objetivos que são base para futuras aquisições necessárias e dividir os objetivos gerais em objetivos específicos.
Avaliáveis, operativos e mensuráveis. Se nos colocarmos como objetivo “que melhore sua atenção”, isso não é operacional já que é muito relativo. É bastante previsível que melhore a atenção de uma criança, mas não sabemos quanto melhorou.
Avaliação
A avaliação das aprendizagens dos alunos com necessidades educativas especiais, naquelas áreas que tenham sido objeto de adaptações curriculares, deve ser feita tomando como referência os objetivos e critérios de avaliação fixados para eles.
QUESTÕES PRÁTICAS DA SALA DE AULA O receio do professor
O professor(a) diante de um aluno com SD, pode ficar receoso devido ao desconhecimento do tema e aos preconceitos à diversidade. Este professor(a), além de rever o modo como ensina, terá a oportunidade de rever seus conceitos e adaptar-se internamente para incluir. Preparar-se para receber este aluno é preparar para crescer. É ter a coragem para abrir-se para o desconhecido.
A ANSIEDADE
A ansiedade pode ser positiva ou negativa. Sendo positiva, ela leva à busca de informações, instiga a curiosidade. Sendo ela, negativa, congela, impede atitudes, traz consigo a tendência de se dedicar menos...
A TRANQUILIDADE
Estará presente no professor que encara este aluno como mais um, naquele que segue uma abordagem individualizada de ensino, que tem informações atualizadas sobre a Síndrome, ou que simplesmente acredita que todas as crianças, devidamente orientadas e mediadas, aprendem.
A INDIFERENÇA
Talvez seja o sentimento que traz mais riscos à aprendizagem do aluno. O professor que encara seus alunos de modo indiferente e superficial, colocar-se em um papel passivo na inclusão da criança com qualquer tipo de dificuldade, ou que optar em não enfrentar ou reconhecer a situação de aprendizagem de seu aluno, terá poucas chances de sucesso.
UM PASSO IMPORTANTE
DIAGNOSTICO DAS CONDIÇÕES DO ALUNO
O que significa receber um aluno com SD na sua sala?
Seria, antes de tudo, outro aluno.
  • Crianças com SD são muito diferentes entre si, com variados níveis de funcionamento cognitivo, lingüístico, emocional e social;
  • Uma outra questão importante é o parecer dos pais do aluno, laudos de desenvolvimento dos terapeutas que o acompanham, ficha de observações dos professores ou da escola anterior, objetivando traçar o conhecimento que o aluno traz.
  • De posse das informações vindas das diferentes fontes, será possível delinear os caminhos a seguir (ABORDAGENS), as metas a atingir (CONTEÚDOS) e as ferramentas a utilizar (ESTRATÉGIAS);
  • Deixar que as coisas aconteçam no seu tempo;
  • Saber desta criança, conhecer sobre a Síndrome, sobre o histórico escola e de vida é sem dúvida importante.
Quando se deve apoiar?
  • Os conteúdos podem ser trabalhados antes, durante e depois da aula;
  • Uma vez determinados os objetivos para o aluno, se faz uma sequenciação, distribuindo os conteúdos por sessões;
  • Cada sessão de aula deverá ter, portanto um plano de trabalho claro e conteúdos definidos, que podem ser explicados a criança antes da aula, de modo que chegue a classe com noções básicas do que vai ser visto.
Quando se deve apoiar?
  • O aluno com SD pode receber reforço depois da explicação ao grupo, depois da aula, de maneira que em outro horário reveja os aspectos que não entendeu ou que não teve tempo suficiente para assimilar;
  • Pode também receber reforço durante a aula, como a ajuda de um outro professor, de um colega ou do próprio professor regente, logo após a explanação para toda a turma;
  • De acordo com a situação de cada escola, pode-se apoiar o aluno com SD antes e depois da aula, preparando-o previamente e reforçando posteriormente o trabalho feito na classe.
AÇÕES DE ACOLHIMENTO
  • Os coleguinhas da sala podem receber uma breve explicação sobre a Síndrome de Down;
  • A forma de interação do aluno com SD com os demais colegas, terá como modelo a interação entre este aluno e seu professor(a);
  • Realizar atividades com diversos tipos de agrupamentos (pares, pequenos e grandes grupos), oportunizando a socialização.
AÇÕES DE ACOLHIMENTO
  • Ao organizar aula para toda a classe, resuma os pontos-chave à medida que a aula vai avançando e realizando uma revisão e resumo final;
  • Confeccionar antes de cada aula, um mapa conceitual, um quadro resumido ou um esquema prévio, que englobe as principais idéias do que vão trabalhar nas próximas horas ou dias;
  • Programe as aulas organizando momentos em que se realize supervisões individualizadas. Apenas 5 minutos após uma explicação ao grupo, o professor pode aproximar-se do aluno com SD e comprovar o que entendeu, é muito importante.
  • Animar os colegas para que ajude e apóie o colega com SD em suas tarefas;
  • Quebrar a tradicional regra que diz: não se pode colar, pode ser desconsiderada. Pois neste caso o objetivo final é a aprendizagem de todos os alunos, e uma breve explicação ou modelo de um companheiro é mais efetivo que todos os esforços do professor.
AÇÕES DE ACOLHIMENTO
  • Ter momentos de descanso intercalando atividades;
  • Confeccionar um banco de materiais em sala de aula. Por exemplo, podem existir textos longos e textos curtos para cada tema;
  • Planejar atividades varias para um mesmo objetivo, utilizando materiais ou estratégias diversas;
  • Realizar uma distribuição flexível de espaços e tempos; Por exemplo, distribuir a turma em zonas de atividades ou tarefas e com horários em função do ritmo do trabalho dos alunos.
AÇÕES DE ACOLHIMENTO
  • Limitar exposições orais, complementando-as sempre que possível com outras formas de atividades, mais práticas e funcionais;
  • Revisar com freqüência o que foi trabalhado anteriormente, para verificar que as capacidades adquiridas não tenham sido esquecidas.
Realizando exercícios e provas
  • Empregar o ensino baseado em imagens e objetos, com apoio visual para facilitar a memorização e aplicação prática em situações reais.
Realizando exercícios e provas
  • A aprendizagem por meio de modelos ou por observação pode ser mais destacada nas crianças com SD. Permitir que o aluno tome seus colegas como referência antes ou durante a atividade;
  • Levar em conta também seus pontos fracos, por exemplo, limitando as exposições verbais em sala de aula, ou adaptando as explicações e tarefas à sua capacidade de atenção.
Realizando exercícios e provas
  • O aluno com SD e tem dificuldades em captar informações via auditiva, deve-se falar com a criança comprovando que esteja atenta, olhando no rosto e transmitindo-lhe mensagens diretas, curtas, concisas e sem duplo sentido.
  • Sentar-se nas cadeiras da frente;
  • Reforçar as exposições, instruções e ordens orais com expressões faciais, sinais ou gestos;
  • Conceder tempo suficiente à criança para que processe a informação e possa responder, respeitando a lentidão de sua resposta.
AVALIANDO O ALUNO COM SD
  • Para avaliar é preciso ter em mente quais os objetivos que ele deve atingir e os conteúdos a dominar.
  • Por meio das observações no dia a dia;
  • Pequenas atitudes são sempre indícios de progresso;
  • Fazer registros diários sobre o desempenho;
  • Compilar os trabalhos que realizam em sala de aula, transformando esse material num Portfólio (arquivo de produção dos alunos).
 
Fonte: Silvana Lima Psicopedagoga Clinica e Institucional 

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